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Você tem Pensamentos Intrusivos?

Foto do escritor: Rafael Augusto CostaRafael Augusto Costa

Um dos fenômenos psíquicos mais comuns que observamos nos indivíduos é a presença dos pensamentos desagradáveis que popularmente chamamos de intrusivos/obsessivos/invasivos e certamente você já teve um deles em alguma ocasião da sua vida (ou já teve e não se lembra por eles terem sido fortemente reprimidos).


Estes pensamentos são extremamente dolorosos, pois colocam em nossa imaginação uma ação absurda e eticamente inaceitável, como por exemplo bater em alguém querido, arremessar um bebê, jogar um celular muito valioso ou causar um acidente no trânsito propositalmente. Sim, são palavras tão fortes que apenas de ler este parágrafo você certamente já sentiu um incômodo.


O que mais gera sofrimento nas pessoas é a crença de que ao pensar estas coisas absurdas elas vão de fato cometer aquilo, e com isto acabam colocando grande carga de punição e culpa em si mesmas, reprimindo de forma desordenada estes pensamentos. Muitas vezes um dia bonito é "estragado" pelo simples fato de ter um pensamento destes.


Mas vamos aos fatos reais! Estes pensamentos são naturais e normais quando não ocorrem em excesso. Eles servem para causar uma dor momentânea para que nós não façamos aquilo. É como uma defesa de sobrevivência. Ao causar a dor, nós reforçamos que devemos passar longe daquela ação. É como se a nossa mente colocasse um trauma antes do fato ter acontecido para garantir que aquilo realmente não deve ser feito de forma alguma!


Se analisarmos bem, os nossos ancestrais primitivos poderiam ter um bônus de sobrevivência graças a este mecanismo: imagine um deles no alto de um penhasco: se ele não tiver o pensamento obsessivo doloroso, teria muito menos o "freio psicológico" diante da ação perigosa. O que temos hoje são variações desse mecanismo de acordo com nosso estilo de vida (ao invés de ações primitivas, alguns acabam imaginando que estão jogando o celular, arremessando um bebê, batendo em alguém querido, dando um tapa na cabeça do chefe, gritando no meio da missa, do culto, e etc).


O que é importante saber é que a frequência destes pensamentos varia de acordo com o grau de ansiedade de uma pessoa. Alguém que é muito mais ansioso, com certeza terá mais pensamentos obsessivos. Se estes pensamentos são repetitivos e constantes (acontecendo diariamente, constantemente, atrapalhando suas atividades sociais), podem estar ligados ao Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou ao Transtorno de Ansiedade Generalizada (entre outros), onde a psicoterapia com psicólogo e a terapia medicamentosa com psiquiatra podem ajudar a reduzir o sofrimento.


"O que fazer quando eu tiver um pensamento intrusivo?". É bem simples a resposta: DESARME-O. Diga para si mesmo: "essa ação esquisita é um mecanismo que a minha mente está colocando para reforçar que não devo fazer isto, e não que necessariamente eu vou fazer isso, então não preciso ter medo excessivo, nem angústia, nem sofrimento. Sou uma pessoa normal".


O que você NÃO deve fazer é reprimir arduamente o pensamento e ficar alimentando aquele sofrimento achando que você é um assassino, ou alguém cruel, colocando culpa e dor em si mesmo, pois ao fazer isto você alimenta este "monstrinho", que será reprimido para o inconsciente e voltará mais forte da próxima vez, gerando mais incômodo ainda. Não alimente o "monstrinho" e nem o reprima. Deixe ele enfraquecer e tire toda a razão dele através dos argumentos que já citamos aqui.


E os pensamentos reais de suicídio? Diferentemente dos pensamentos intrusivos, os pensamentos suicidas são motivados por uma real intenção de se autodestruir, ou seja, a pessoa realmente enxerga que quer cometer aquele ato, que é uma solução (falsa) para os problemas. Pensamentos de suicídio acontecem geralmente em pessoas que estão no limite e começam a pensar erroneamente que o suicídio é uma saída. (Abrindo um parêntese aqui, se você apresenta pensamentos de suicídio, por favor, busque ajuda e as pessoas certas, pois há muito potencial positivo em você para ser descoberto).


Então, fechando nosso assunto de hoje, na próxima vez que você tiver um pensamento intrusivo doloroso, não se preocupe, lembre-se do que acabamos de refletir aqui e que trata-se apenas de uma defesa da sua mente para reforçar aquilo que não deve ser feito. Se estes pensamentos estiverem te incomodando ao extremo a ponto de atrapalhar sua vida social, busque ajuda profissional: Psicólogo e Psiquiatra.

Espero tê-lo ajudado,


Abraços,


Rafael Augusto Costa Psicólogo Clínico CRP 06/104288

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